A maratonista queniana Nancy Kiprop, de 40 anos, ficou em quarto lugar na Maratona de Nova York, realizada no dia 3 de novembro.
A sua posição lhe rendeu um prêmio suficiente para ela garantir que mais 50 crianças tenham acesso à escola em seu país.
Considerada atualmente uma das maiores atletas da modalidade, Nancy terminou a prova com o tempo de 2 horas, 26 minutos e 21 segundos (a primeira colocado, Joyciline Jepkosgei, terminou a maratona 4 minutos antes).
“Fiquei contente com o quarto lugar (…) é um bom dinheiro e permitirá a expansão da minha escola e contratar mais professores e funcionários. Embora não tenha subido no pódio, eu sei que, um dia, irei subir”, disse.
O quase pódio rendeu à atleta um prêmio de 22,5 mil euros (R$ 103,5 mil), mais uma bonificação de 2,7 mil euros (R$ 12,4 mil) por ser uma atleta ‘master’, isto é, veterana.
O recurso será usado na ampliação da Academia Nancie Cletius, uma escola que ela fundou em Iten, na província de Elgeyo-Marakwet, Quênia, nação considerada um celeiro mundial de talentos do atletismo.
A reforma permitirá a inclusão de mais 50 crianças na instituição. Com o dinheiro restante, Nancy irá distribuir uniformes na escola Chebororwa High School, em Marakwet.
A maratonista é mãe de 7 filhos: cinco foram adotados após um acidente de carro que vitimou fatalmente seus pais.
Ela precisa manter o bom resultado nas competições não só para sustentar os filhos, mas as crianças da Academia. Até aqui, Nancy Kiprop tem dominado, por exemplo, a Maratona de Viena, na qual se sagrou vencedora nas últimas três edições e este ano com recorde (2 horas, 22 minutos e 12 segundos).
De pé desde 2014, a Academia Nancie Cletius, que começou com 6 alunos e 1 professor, tem hoje 6 professores e 145 estudantes (com idades entre 3 e 7 anos). Muitos deles são transportados para a escola pelo marido de Nancy, Joseph, que conduz um ônibus escolar.
“Estaria mentindo se afirmasse que, quando corro, estou a pensar nessas crianças. Apenas estou focada na corrida”, afirmou a maratonista, que, entretanto, tem consciência do que significa as suas corridas, “o peso que carrega consigo em cada prova.”