Uma equipe de médicos da capital sul-africana, Pretoria, foi saudada pela comunidade internacional no pioneirismo em realizar o primeiro transplante bem-sucedido do ouvido humano.
Foi utilizada a tecnologia de impressoras 3D para reconstruir os ossos quebrados do ouvido de um homem de 35 anos que perdeu a audição após se envolver em um acidente de carro quase fatal. Devido à natureza de seu trauma, a operação cirúrgica durou cerca de uma hora e meia para ser concluída.
A conquista está sendo celebrada como uma solução de longo prazo para a perda auditiva condutiva. Além disso, a cirurgia pode ser realizada em pessoas de qualquer idade, incluindo recém-nascidos, curando pacientes com surdez causada por dano físico ou infecção generalizada, bem como defeitos congênitos e doenças metabólicas.
O professor Mashudu Tshifularo foi uma das mentes brilhantes por trás da cirurgia revolucionária, realizada no Hospital Acadêmico Steve Biko, da Universidade de Pretória.
Mashudu vinha estudando a perda da audição condutiva há mais de uma década, tendo começado a investir no uso de tecnologias de impressão 3D nos últimos dois anos com o objetivo de escanear e recriar totalmente os minúsculos ossos que compõem o ouvido, como o martelo, a bigorna e o estribo.
Em um comunicado enviado à impressa comemorando o sucesso da operação, Mashudu explica: “Ao substituir apenas os ossículos que não estão funcionando adequadamente, o procedimento traz riscos significativamente menores do que as próteses conhecidas e o procedimento cirúrgico associado. Nós utilizamos titânio para este procedimento, que é biocompatível. Usamos um endoscópio para fazer a substituição, portanto, o transplante foi relativamente rápido, com uma mínima cicatriz”.
Ao Departamento de Saúde da África do Sul, o professor afirmou que “o paciente escolhido aguarda a cirurgia de reconstrução há quase três anos até finalmente a operação ocorrer. No entanto, valeu a espera, pois fizemos algo pioneiro no mundo e as pessoas se lembrarão de nós por isso.”
Embora expressando orgulho por ter revolucionado a nível mundial a abordagem para com a perda auditiva, o professor Mashudu ponderou que o tratamento precisa se tornar acessível para pacientes sem condições financeiras, como aqueles que utilizam os hospitais públicos da África do Sul.