Dois pilotos de avião gastaram economias de uma vida inteira para um propósito maior do que interesses pessoais: salvar refugiados que cruzam o Mar Mediterrâneo buscando perspectivas de vida melhores na Europa.
Os pilotos franceses José Benavente e Benoit Micolo juntaram seu esforço e dinheiro para comprar um avião de 150 mil dólares que será usado para resgatar imigrantes no mar.
"José e eu compramos o avião com nosso dinheiro, porque senão teríamos perdido muito tempo procurando financiamento", disse Micolon à NBC News.
Benavente pratica trabalhos voluntários há 25 anos: já trabalhou, por exemplo, para a Cruz Vermelha, quando testemunhou os inúmeros desafios enfrentados pelos imigrantes sírios no seu país, afundado em uma guerra civil desde 2011.
Micolon conheceu Benavente em 2006, quando eles estavam se preparando para tirar suas licenças de piloto de avião. Ele juntou-se à causa dos refugiados depois que Benavente lhe descreveu a crise humanitária que essas pessoas vivem.
Há alguns anos, milhares de refugiados se amontoam em pequenos barcos, como a única saída para encontrar segurança e trabalho nos países da Europa. Infelizmente, muitos desses barcos não chegam ao continente.
"É muito difícil localizar esses barcos, que às vezes transportam centenas de pessoas, e muitas vezes os barcos de ajuda chegam tarde demais", dizem os pilotos que estão à frente do grupo de resgate Pilotes Volontaires.
"Nós nos recusamos a aceitar esse fato como uma fatalidade e queremos agir para salvar mais vidas. Nossa missão é fornecer apoio aéreo, graças ao nosso avião adaptado para buscas no mar."
Benavente e Micolon compraram o avião em janeiro e fizeram no início de maio o primeiro voo sobre o Mediterrâneo para procurar barcos tripulados por imigrantes. Com o apoio de várias organizações sem fins lucrativos para coordenar os resgates, eles agora podem detectar botes salva-vidas e direcionar navios de resgate para esses locais.
O pequeno avião foi batizado de "Beija-Flor" e faz alusão a uma história de nativos americanos sobre um beija-flor que tenta deter um incêndio florestal pegando gotas de água com seu bico e as soltando sobre as chamas. Quando outros animais perguntam o que o beija-flor está fazendo, ele responde: "Eu faço o que posso".