Uma descoberta importante sobre a depressão abre caminho para tratamentos mais eficazes.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego detectaram como a depressão atua sobre o cérebro.
Eles identificaram os circuitos cerebrais ligados a sentimentos de desespero e desamparo, típicos da doença. E o mais importante: conseguiram aliviar e reverter os sintomas em estudos com ratos.
Segundo os cientistas esta é a primeira evidência clara da ligação entre os circuitos cerebrais e a depressão.
Em estudo publicado na semana passada no jornal Cell, os autores mostram uma correlação entre a atividade de certas células cerebrais e diferentes sintomas comportamentais da depressão.
Eles partiram do princípio de que diferentes áreas e circuitos cerebrais podem mediar ou contribuir para aspectos da depressão.
"Por exemplo, a área cerebral A pode contribuir para a perda de apetite, a área cerebral B para a retirada social e assim por diante", disse um dos autores do estudo, Daniel Knowland.
Resultados
Eles empregaram várias ferramentas para rastrear esses circuitos envolvidos em comportamentos específicos.
Com isso, conseguiram examinar as atividades cerebrais em várias regiões distintas e entender de que forma uma impactou a outra. Assim tiveram uma visão mais abrangente de como a doença se manifesta.
Outro autor, o professor Byungkook Lim, disse que ainda é preciso mais estudo antes que os resultados possam ser aplicados a humanos, mas falou que as conclusões usando ratos são animadoras.
"Este é um dos primeiros estudos que fornece evidências claras de que diferentes circuitos cerebrais estão envolvidos em diferentes tipos de comportamento depressivo", disse ele.
"Cada área do cérebro é diferente e com tipos de células e conectividade distintas; portanto, se podemos confirmar que uma área de circuitos está mais envolvida em um sintoma particular do que outra, podemos eventualmente ser capazes de tratar um paciente depressivo de forma mais eficiente do que tratar todos da mesma forma, visto que a depressão pode se manifestar de maneiras distintas em diferentes pessoas".
Com informações da Superinteressante e Medical Xpress