Depois de passar por repouso absoluto e complicações na gestação, a mãe do pequeno Tomas Larriva presenciou um verdadeiro milagre da ciência. Após alguns anos, o menino se recuperou de paralisia cerebral através de terapia com o cordão umbilical e se tornou um caso de sucesso do tratamento.
A vida do equatoriano começou de forma um tanto caótica. Ele veio ao mundo na 31ª semana de gravidez com uma cesariana de emergência devido ao coraçãozinho fraco. Logo depois, ficou sob cuidados neonatais intensivos na incubadora e, devido uma anomalia, o equipamento cortou o fornecimento de oxigênio ao bebê, resultando na paralisia cerebral espástica. Mas este era só o início de uma linda jornada em prol da qualidade de vida.
Após alguns testes e armazenamento de sangue do cordão umbilical em laboratório, a família optou por inscrever Tomas em um ensaio clínico específico do distúrbio, liderado pela Dra. Joanne Kurtzberg, pioneira no transplante de células estaminais do sangue de cordão umbilical, no Hospital da Universidade de Duke nos Estados Unidos.
Depois do estudo ao longo de três anos, foi realizado um transplante autólogo, procedimento em que se faz uso das células do próprio paciente. Atualmente, com cinco anos de idade, Tomas realiza atividades semelhantes às demais crianças de sua idade, como jogar bola. Ele frequenta a escola e fala dois idiomas. O menino segue em acompanhamento e melhorou suas funções motoras com ajuda adicional de fisioterapia e terapia ocupacional.
O tratamento com criopreservação tem dado bons resultados e já está presente em alguns laboratórios ao redor do mundo. O primeiro banco de células-tronco de sangue de cordão umbilical surgiu em 1992, em Nova York. No Brasil, a prática teve início em 2001 e em sua maioria é controlada por empresas e bancos particulares, o que encarece o procedimento.
A Rede BrasilCord, criada em 2004 pelo Ministério da Saúde, reúne bancos públicos de sangue de cordão umbilical. A doação do material vindo do recém-nascido para um banco público é voluntária e autorizada pela mãe do bebê. Desta maneira, é possível beneficiar qualquer pessoa que precise de transplante de medula óssea, indicação para pacientes com leucemia e outras doenças do sangue. Que tal doar e incentivar a doação para melhorar a vida de centenas de crianças? Não custa nada e todos saem ganhando!