A Fórmula Um não traz apenas diversão e adrenalina.
A equipe Williams, do piloto brasileiro Felipe Massa, que gasta quase meio bilhão com os carros, agora usou a tecnologia para criar um tipo diferente de transporte para recém-nascidos doentes.
O Babypod 20, como é conhecido, é uma caixa leve e macia com uma tampa transparente e um interior altamente acolchoado.
Ele foi feito para transportar bebês gravemente doentes em carro, ambulância ou helicóptero.
No transporte, os bebês em risco precisam ser mantidos em uma temperatura constante e protegidos de vibração e barulhos enquanto são monitorados de perto por uma equipe médica.
No passado, eram usadas incubadoras.
Mas elas são equipamentos pesados e desajeitados que demandam um fornecimento elétrico externo e muitas vezes veículos feitos para carregá-las também.
O Babypod 20
O equipamento pesa 9,1 kgs - o mesmo de cerca de três tijolos grandes - e ocupa relativamente pouco espaço.
Ele pode suportar o impacto de até 20 vezes a força da gravidade (para o caso de a ambulância que o estiver carregando se envolver em um acidente, por exemplo).
O porta-bebê já está sendo usado pelo Serviço de Transporte de Crianças (CATS, na sigla em inglês) do Hospital Infantil Great Ormond Street em Londres.
Cada unidade que custa pouco mais de 21 mil reais.
O transporte rápido e eficiente pode salvar vidas em situações de emergência e permite uma flexibilidade e uma manobra maiores quando transportamos crianças gravemente doentes.
Resistente
O material usado no design, fibra de carbono, é o mesmo - extremamente resistente - utilizado também nos carros da F1.
O porta-bebê está sendo construído em Grove, no Reino Unido, pela Williams Advanced Engineering - a "irmã dos negócios" do time da Fórmula 1.
A empresa tem trabalhado no novo design ao lado da Advanced Healthcare Technology (AHT), uma companhia que desenvolve sistemas de transporte para bebês há vários anos.
A Williams Advanced Engineering foi criada em 2010 para fazer um uso maior da tecnologia e do conhecimento desenvolvidos com os altos custos da Fórmula 1.
A tecnologia também vem sendo utilizada em outras áreas, desenvolvendo sistemas de armazenamento de energia para projetos de energia solar e geladeiras mais eficientes, por exemplo.
"Materiais leves, compostos, aerodinâmicos… Todas essas tecnologias podem ser facilmente aplicadas a outras indústrias, outros setores, outros projetos e produtos para invariavelmente melhorá-los, mas, mais importante que isso, torná-los mais seguros", disse Clare Williams, vice-diretora da equipe de F1.