Rodrigo Belli, de 23 anos, é um estudante do curso de design de produto da PUC-Rio que desenvolveu um projeto muito bacana e que tem ajudado bastante as famílias as Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Ele criou uma mochila que recolhe água com impurezas e a filtra, deixando própria para consumo. O projeto de Rodrigo foi batizado de Água Camelo e nasceu dentro da sala de aula durante um trabalho com outros colegas de classe.
“A pessoa para ter água potável em casa, caso ela não seja abastecida por um encanamento até a casa dela, teria que fazer quatro etapas para ter água potável em casa, que é captar a água, transportá-la para casa, armazenar em casa e filtrar essa água. Então, a gente resolveu [criar] um Kit Camelo, que é composto por uma mochila, um filtro portátil de água e um suporte de parede. Eles conseguem solucionar essas 4 etapas”, disse Rodrigo.
Já são onze famílias de Jardim Gramacho que receberam a motiva e a utilizam desde fevereiro. Isso totaliza cerca de 50 pessoas consumindo água potável.
Uma das usuárias da mochilha-filtro é Suellen Ferreira da Costa, de 33 anos. Ela conta que os dois filhos antes sofriam muito com diarreia constante, tinham feridas pelo corpo e outras complicações de saúde. Tudo isso causado pela má qualidade da água.
“Melhorou bastante porque estava com gosto de água pesada, ruim, e a qualidade melhorou, parece água mineral. [Antes do kit] era horrível, porque de mês em mês eu parava com meus filhos nos hospitais e os médicos não descobriram o que que era. Depois da mochila minha vida melhorou muito”, disse a moradora.
Apesar de ser um plano para expandir até outros bairros, o projeto de Rodrigo ainda permanece por Duque de Caxias. Ele quer aprimorar a mochila antes de distribuí-la para mais pessoas.
Projeto teve incentivo de outras empresas
Para cada mochila ser produzida, Rodrigo precisa de um investimento de R$ 350. Como ele não pretende vender o produto ainda, mas doá-lo, teve que buscar incentivadores para a sua ideia.
“Eu já competi, já participei de inúmeros campeonatos, já fui campeão brasileiro júnior e todas as conquistas me deixaram muito e me encheram de orgulho, mas nada se compara a quando a gente entrega um kit para uma família, quando a gente vê uma criança dar um sorriso e a mãe agradecer. Quando a gente entrega o kit e o primeiro copo d’água que elas bebem, o sorriso é impagável“, disse o estudante.
Ele conseguiu apoio financeiro para os primeiros kits, mas segue precisando de mais. Nas redes sociais do projeto há um formulário para quem quiser doar. A pessoa interessada pode “apadrinhar” a partir de 1 família, o que significa a produção de 1 mochila.
“Se todo mundo botasse a mão na consciência e pensasse em como fazer a diferença no mundo, como gerar impacto, como tornar a vida de uma pessoa um pouquinho mais agradável, eu acho que teríamos inúmeros projetos assim como a Água Camelo impactando quem mais precisa”, completou Rodrigo.
Veja um vídeo que Rodrigo publicou no Instagram do projeto, mostrando como é a mochila.