Depois de largar a roça de 12 mil pés de café em Alto Jequitibá (MG) para cuidar das duas filhas que têm problemas no coração em Belo Horizonte, o casal Adauto e Josiane alcançou uma grande vitória.
Larissa, a filha mais velha, de 13 anos, fez o transplante de coração e recebeu alta médica na semana passada. Segundo os médicos, a chance de sobrevida de Larissa era muito pequena.
O transplante foi complicado e a recuperação durou quase um mês no hospital, entre idas e vindas ao CTI, mas, felizmente, a menina apresentou sinais de melhora e recebeu alta médica.
“Eu tenho muito que agradecer primeiramente a Deus pela vitória que ele nos deu de acontecer esse milagre na vida dela, que até os médicos falam que foi um milagre o que aconteceu com ela“, disse seu Adauto.
A família preparou uma recepção emocionante para Larissa. Veja:
Como a família teve que deixar tudo pra trás pra buscar tratamento para as filhas em BH, os vizinhos se reuniram e promoveram um mutirão para não deixar perder a safra.
A atitude bonita da comunidade ganhou repercussão e o problema das filhas de Adauto e Josiane ganhou visibilidade.
Irmã mais nova tem problema parecido e já iniciou tratamento
Não bastasse toda a situação delicada de Larissa, os pais também tiveram que se desdobrar para cuidar também de Andressa, a filha mais nova, de 7 anos. Andressa iniciou o tratamento em setembro do ano passado. “A gente quer evitar que ela chegue no estágio do que aconteceu com a Larissa“, disse Adauto.
As duas irmãs têm miocardiopatia dilatada, uma doença no músculo do coração que impede o bombeamento de sangue para o corpo, causando arritmias e outras complicações. Elas têm ainda uma miopatia congênita, que provoca fraqueza nos músculos.
Larissa teve um diagnóstico tardio, o que complicou a situação. Depois do transplante, ela vai ter que ficar em Belo Horizonte para se recuperar e receber acompanhamento. Ela está sem andar, por enquanto, e faz fisioterapia para recuperar o movimento das pernas.
Família deve passar seis meses longe da lavoura
A família está na casa de parentes em Belo Horizonte e a previsão é que Larissa tenha que permanecer na cidade por seis meses. Com isso, seu Adauto não pode voltar para o campo para cuidar da roça e garantir o único meio de sustento da família.
A colheita do café começa em maio e, no momento, são os vizinhos que estão cuidando da lavoura. Mas, com todos os gastos do tratamento das filhas, a família depende da ajuda de familiares e amigos para seguir firme.
“Então eu tenho só que agradecer a Deus e todos aqueles que estão nos ajudando, meu muito obrigado!“, disse Adauto.