A adoção está presente na vida da Raquel Gomes, 41 anos, desde que ela era muito jovem. A estilista tinha apenas 19 anos quando tentou adotar uma garotinha de 3 anos, retirada dos pais por ordem da Justiça.
Passaram-se os anos e Raquel se casou com o Marcos. Ela sonhava ser mãe, mas não conseguia engravidar por conta de um problema no útero, mesmo após realizar um tratamento. O casal então começou a pensar na adoção.
Enquanto amadureciam a ideia, um acidente fatal tirou a vida dos pais da afilhada do casal, Thaísa. A menina foi morar com Raquel e Marcos. “Todas as noites, durante muito tempo, levávamos nosso colchão para o quarto dela. A gente rezava, chorava, se abraça e tentava não substituir seus pais, mas, sim, ser como pais para ela”, contou Raquel ao Razões para Acreditar.
Raquel já se sentia mãe, porém ela e Marcos queriam ter mais filhos. O casal entrou no Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e adotou o José Eder, com 5 anos na época. O garoto morou por dois anos no abrigo onde Raquel fazia trabalho voluntário, em Sacramento (MG).
Junto com outros voluntários do abrigo, Raquel fazia almoços, cafés da tarde e até festas de 15 anos para as adolescentes. Nesses encontros Raquel ficou muito próxima da Karielly, da Kauany e do Vitor. José Éder já era muito amigo de Vitor e queria bastante que Raquel e Marcos o adotassem. O casal decidiu adotar não só Vitor, mas também Karielly e Kauany.
“Abrimos nosso cadastro pra mais uma adoção. Recebemos ligações de várias comarcas, mas nosso coração não conseguia decidir. Até que resolvemos ir ao fórum saber a situação do trio, e o promotor disse que eles estavam prontos para a adoção. Foram os dias mais sofridos entre a entrega do pedido de guarda e a vinda pra casa. Valeu muito a pena!”
Um tempo depois, vinda do mesmo abrigo, chegou a quinta filha do casal, Jacqueline, já com 18 anos. Raquel e Marcos se sentem completos com os cinco filhos. “Hoje, levamos uma vida corrida, muitas crianças, trabalho, escola, educação, lazer, cuidar da saúde física e psicológica de cada um deles, acolher os sentimentos, amenizar as dores e amar incondicionalmente!”
A família não vive com luxo, mas tem o essencial para viver em um lar de amor e respeito, afirma Raquel. E ela finaliza: “A maternidade através da adoção me fez a mãe mais feliz do mundo”.
Orientação para famílias que querem adotar
Raquel e Marcos ajudaram a fundar em Sacramento um grupo que oferece orientações a famílias que desejam adotar: o “Caminhos do Coração, Apoio à Adoção”. A ideia é justamente tirar dúvidas e apontar os caminhos para essas famílias terem seus filhos através da adoção. Quem quiser saber mais pode visitar a página do projeto no Facebook. Na sua cidade existe alguma iniciativa parecida?