A linda Praia de Redonda de Icapuí que celebra desde o dia 3 de Dezembro até o dia 13 de Dezembro a Festa de Santa Luzia recebeu na noite de ontem (07/12) o Profeta da Esperança Zé Vicente.
Cada um que ali estava a receber a brisa suave do mar de Redonda pode mais uma vez ouvir e cantar as canções celebrativas e carregadas de esperanças, talvez o maior ingrediente para este tempo de incertezas e temores.
Padre Lopes, como sempre, um lindo anfitrião recebia a todos com aquele sorriso que acolhe e aquele abraço que energiza e encoraja até o mais sofrido dentre os tantos sofridos, como o poeta, Padre Lopes também é um vendedor de sonhos firmados na terra e elevados com asas de gaivotas marinhas ao céu.
Antes do encontro musical, crianças de Redonda com dois violões e um “Cajon” acolhiam a todos, uma grande fila ali se formara o que fizera abrir a curiosidade de quem desejava ir a Barraca onde se vendiam lanches, tamanha foi a surpresa ao saber que a fila era exatamente para comprar as senhas que dariam direito ao lanche, pelas excelentes vendas se percebia o grande público para uma noite de sexta-feira e o êxito do evento.
O encontro musical ali se fazia, Zé Vicente, com tantas décadas de cantoria, cada vez mais presente, como ele mesmo fizera questão de colocar, é o Zé Vicente AGORA, o que não impede a revisita de tantos momentos inesquecíveis para quem sempre curtiu o canto da profecia e o som da esperança que muitas vezes se reproduzia no “Cajon” que ali era o tambor de muitos corações.
Logo nos primeiros momentos do encontro musical, a bandeira da VIDA foi aberta sobre o palco como sinal de resistência e de fortalecimento da defesa da VIDA e da VIDA em abundancia.
O poeta, como sempre poetizou: Lembrou Rubem Alves ao dizer que: “Aquele que plantou um jardim, já tinha flores plantadas no coração.”
Trouxe belas notícias do nosso para sempre querido Dom Mauro Ramalho de Alarcon e Santiago, hoje com 93 anos, Bispo Emérito de Iguatu, amigo do poeta Zé Vicente e com raízes profundas de serviços a Terra dos Bons Ventos, o Aracati. Ali sabemos da última visita feita por ele, dias atrás quando o encontrou lúcido e com a firmeza de um profeta que carrega em si as bandeiras do AMOR, VIGOR e SERVIÇO AOS POBRES, era a senha para cantar a missão de todos nós.
Foi lindo ver as crianças juntas, alegres e felizes embalados pela Ciranda da Criançada, como belo fora ver as duas canções magníficas sobre ZUMBI, PALMARES, DRAGÃO DO MAR e a resistência negra tão necessária para os dias atuais.
O baião das comunidades que anteriormente havia cantado animava a mística e a caminhada daquela gente praieira e feliz e de tantos que vieram de lugares vizinhos para esta festa da libertação.
Um dos momentos mais carregados de emoção do encontro musical foi quando o poeta declamou seu poema de Natal do ano de 1989, ali se sentia a presença de Pai Zezinho e Mãe Suzana, pais do poeta, onde o mesmo dizia que ainda na barriga da mãe ouvira as primeiras canções e ali nasceu o sempre encantador poeta, cujo, usara o seu poema de Natal para lembrar o tempo da espera pelo pequenino que chegará em breve e também para trazer a sempre linda e emocionante UTOPIA, um dos mais emocionantes momentos, ali o que somos encontrou-se com o que um dia fomos e renovou em nós a UTOPIA que se faz ao caminhar.
A festa continuava com direito a ouvir cantada com a participação do Padre Lopes e de algumas crianças a linda MISTÉRIOS, um verdadeiro poema do inesquecível Zé Martins que agora já canta alegrando os anjos.
Foi maravilhoso ouvir do poeta da esperança dizer que MISTÉRIOS não é o que não se entende, mistérios é o que não precisa explicação, para em seguida cantar o primeiro verso: “todas as coisas são mistérios.”
Ainda teve a linda e imortal ME FALA DE VOCÊ e um pout-pourri antes que o público rapidamente juntassem as cadeiras para uma grande roda de ciranda que fazia com que o encontro musical terminasse com aquele desejo nos presentes de que estivesse apenas começando, dado a magia do momento que naquelas quase duas horas de cantoria fez com que cada um dos presentes por um instante deixasse os corações apenas no compasso da poesia e da canção, inclusive de uma linda Asa Branca que fez nos recordar o velho Lua, outro que sabia a arte de se comunicar com o povo sendo simples.
Que a benção celta ali deixada para cada um seja agora elevada sobre o Poeta da Esperança Zé Vicente que parte para outra cantoria de sonhos, sons, esperança e liberdade em Petrolina.
Que o
caminho venha ao teu encontro.
Que o vento sempre sopre às tuas costas e a chuva caia suave
sobre teus campos.
E até que voltemos a nos encontrar, que Deus te sustente
suavemente na palma de sua mão.
Obrigado especial a um DEUS CANTOR que me fez nesta existência ter podido conviver com alguém tão simples e ao mesmo tempo tão plural como Zé VICENTE, o profeta da Esperança.