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De Jaguaruana para a Copa: cearense se naturaliza para jogar Mundial pelo Catar em 2022

Luiz Mairton mora no Catar desde 2009. Naturalizou-se catari, disputou as eliminatórias para 2018, mas sem sucesso. Para 2022, espera vestir a camisa da seleção nacional para disputar a Copa

Publicada em 20/07/18 as 16:39h por Globo Esporte - 384 visualizações

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 (Foto: lekhwiyaclub.com/Divulgação)

e Jaguaruana, interior do Ceará, para uma Copa do Mundo? E por uma seleção estrangeira? A possibilidade existe e é muito alta. Brasileiro naturalizado catari, Luiz Mairton é uma das grandes esperanças do país sede da Copa de 2022 para ir bem na competição mais importante do futebol mundial. Volante no Al-Duhail, o cearense está no futebol árabe desde 2009. Naturalizou-se para ajudar a levar o Catar para a Copa de 2018, mas a seleção acabou não se classificando. Com o próximo mundial "em casa", a participação é iminente.

- Ainda tem quatro anos até lá. Vai depender do meu desempenho físico. Se eu não tiver nenhuma lesão grave, se eu chegar lá bem, eu tenho grandes, mas grandes chances mesmo de estar na Copa. Sou considerado um dos melhores meio-campistas da Ásia. No futebol, o mundo gira muito rápido. Mas eu tenho fé de disputar a Copa América, que vem antes. E ainda vai ser no Brasil. Vai ser um ótima oportunidade - avaliou Luiz.

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"Ceará", como Luiz é chamado no Catar, entrou no mundo do futebol no Uniclinic aos 14 anos. Quatro anos depois, foi para o Atlético-PR devido a uma parceria entre os clubes. Teve poucas oportunidades no Furacão. Quando voltou, jogou contra o Ceará e acabou chamando a atenção do técnico do Internacional, à época Osmar Loss, atual comandante do Corinthians, que havia ido ao jogo para observar Siloé, encantou-se com o atleta nascido em Jaguaruana. Quando teve o contrato rescindido com o Colocado, passou uma temporada no Irati, de Curitiba. Foi quando apareceu a oportunidade de ir para o Catar.

- Os empresários gostaram da minha performance. Acabei indo para um clube novo, fundado em 2009. E a partir daí minha vida mudou.

Mairton foi campeão da Segunda Divisão logo no primeiro ano e pulou para a elite do futebol catari. E adivinha? Campeão logo na sequência. Com apenas 19 anos, chamou a atenção dos manda-chuvas do Catar, que ofereceram um passaporte para que o cearense atuasse como "local".

- No Catar, cada time só pode ter quatro jogadores de fora. Por isso eu jogava como local. Mas acho que eles já tinham os planos de me colocar para jogar na seleção. Quando eu voltei das férias, eles me apresentaram o projeto para que eu jogasse pelo Catar. Mas isso só poderia acontecer depois de cinco anos naturalizado - relembrou.

O brasileiro fixou residência no Catar. Os dois filhos nasceram no país. A esposa o acompanha em todas as empreitadas. Luiz gosta do país em que vive. Conquistou o respeito dos habitantes, dos torcedores, e já se sente um cidadão catari.

- O país é bom de se viver. Os árabes têm um respeito muito grande pelos estrangeiros. É diferente do que eu imaginei. Demorei a me adaptar. Vim muito novo. Mas hoje a minha vida é aqui. Eu me sinto como um cidadão catari mesmo! Me abraçaram de um jeito que me faz vestir a camisa!

Nas férias, sempre volta para casa. Possui residência em Fortaleza, mas sempre há tempo para se deslocar a Jaguaruana para visitar os pais. A rotina é tranquila, em solo pátrio. O tempo é dedicado principalmente à esposa e os filhos.

Luiz é o jogador com mais tempo de Al-Duhail. Hoje ganhou a companhia de Lucas Mendes, que estava no rival, mas acabou contratado para o plantel. Na hora de e autoavaliar, a modéstia pode ficar de lado. Até porque para um atleta que participou de todas as conquistas do jovem Al-Duhail, nesses casos, pode-se ter uma auto estima elevada.

- Eu me considero um dos mais importantes do clube porque desde o começo eu sempre mantive o meu nível, sempre tendo boas performances, sempre tendo importância nos títulos. Claro que não só eu. Todos são importantes. Mas eu me considero assim porque eu me entrego muito, sou super profissional.

O cearense não tem planos de voltar em definitivo para o Brasil. Com 29 anos, tem muita estrada pela frente no futebol. E sabe disso. No entanto, um plano que pretende colocar em prática logo remete às origens do jogador.

- Tenho planos de fazer uma fundação em Jaguaruana. Em dezembro pretendo tocar isso para frente. Uma fundação para ajudar as crianças lá, trabalhar com futebol. Isso é um sonho que eu tenho. Seria muito legal colocar isso em prática - concluiu.




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