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Mulheres em situação de rua têm suas vidas ressignificadas em casa de acolhimento

Publicada em 10/12/17 as 17:34h por Razões para Acreditar - Claudia Corbett - 348 visualizações

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 (Foto: Divulgação)

São muitos sonhos e planos a serem traçados por mulheres em situação de rua, que têm a oportunidade de ressignificar suas vidas e retomar a convivência familiar. Algumas delas estão acolhidas na Associação Casa de Apoio Santa Clara pela primeira vez, já outras retornaram com esperança de uma nova chance. A instituição, parceira da Fundação FEAC, é um local de passagem onde as mulheres recebem apoio para reorganizar as suas vidas. Criado há três anos, foi o primeiro abrigo feminino da cidade de Campinas/SP a acolher mães com seus filhos.

Cristiane, 33 anos, há cinco meses na Casa de Apoio Santa Clara, estava em situação de rua desde os 15 anos. É mãe de quatro filhos, que estão sendo criados pela cunhada. Cansada da violência diária e da falta de perspectiva, resolveu buscar uma alternativa para mudar de vida. Por intermédio de um amigo, que também frequentava o Centro de Referência Especializado em Pessoas em Situação de Rua - Centro Pop, chegou até a Santa Clara. "Me disseram que se eu não gostasse não precisava ficar, mas quando eu cheguei na Casa, me senti segura e resolvi que era hora de encarar uma revirada de caminho, ou pelo menos tentar", relatou a ex-moradora de rua. Cristiane não teve uma história de vida fácil. Foi abandonada pela mãe quando nasceu. Criada por uma tia, só descobriu que tinha um irmão gêmeo aos 16 anos. "Estes cinco meses aqui na casa já mudaram muito a minha vida. Organizei meus documentos e já fiz uma entrevista no Núcleo de Oficinas e Trabalho - NOT. Estou esperando a resposta e torço para que ela seja positiva, pois não vejo a hora de poder ter os meus filhos perto de mim", destacou.

Assim como Cristiane, cada uma, das 17 mulheres acolhidas atualmente na Santa Clara, tem seus relatos e metas. Gracir, 39 anos, há dois meses no abrigo, divide o quarto com brinquedos, bichos de pelúcia e bonecas da filha de 2 anos, Kemeli. Enquanto a criança vai à creche, ela reestrutura sua vida com vistas ao futuro das duas.

Larissa, 32 anos, está prestes a encarar a saída da Casa. "Tenho consciência de que não será fácil, mas irei conseguir. Conto com o suporte das técnicas para conquistar o meu sonho", assumiu. Há um ano no abrigo, está terminando um curso profissionalizante. Os planos para a nova vida foram traçados junto com o marido, Ednaldo, 29 anos, que está em uma casa de acolhimento masculina.

A assessora social do Departamento de Assistência Social da Fundação FEAC, Natália Valente, enfatiza que o ponto central da atuação do serviço é a possibilidade destas mulheres, assim como seus filhos, terem garantidos o direito de estarem juntos. "Isso viabiliza um novo significado para a convivência em família", complementou.

Metodologia de trabalho

A instituição é uma das unidades da Cáritas Arquidiocesana de Campinas. Seu trabalho é focado em três pilares: autonomia, protagonismo e transparência. Ao ingressarem na Santa Clara, as mulheres em situação de rua são incentivadas a tomarem à frente de suas demandas como cuidados com a saúde, problemas com as famílias, falta de documento, preparo para buscar trabalho e até o que pretendem fazer nos momentos de lazer. Quando estão acompanhadas de suas crianças, são elas que buscam a creche ou escola e que cuidam deles, processo importante para estreitar os vínculos entre mãe e filho. "Nossa proposta é que elas sejam as responsáveis da resolução de suas necessidades, mas sabem que podem contar com a equipe do abrigo se e quando precisarem", esclareceu Livia Marcondes Faber, terapeuta ocupacional.

Já o protagonismo acontece quando é oportunizada a escolha. São as mulheres que decidem por onde irão começar, o que querem fazer e qual o prazo para a realização daquilo que foi idealizado. Diante destas definições, a equipe técnica formada por psicólogo, assistente social e terapeuta ocupacional trabalha com elas as possibilidades para se chegar ao que foi almejado. Além disso, são elas que ajudam a decidir como será a estrutura de funcionamento da Casa, quantos minutos cada uma pode usar a internet, por exemplo.  "O trabalho realizado é de ressocialização. As mulheres têm um tempo para ficar na Casa para se restabelecerem", explicou Roberto Naiber Willis Torrico, coordenador geral da Casa.

Os problemas que ocorrem no dia a dia são expostos e apontados pelas próprias moradoras em encontros realizados semanalmente. São nestes momentos que as diferenças de personalidade e histórico de vida aparecem e elas começam a se conhecer melhor e passam respeitar as limitações umas das outras. "Seguimos a missão da Cáritas que é a defesa da vida das pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social, de forma transparente, junto com elas e não para elas", destacou Naiber.

Vida Nova

O trabalho de ressocialização das mulheres e seus filhos quando saem da instituição deve ser feito pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Centro de Referência Especial de Assistência Social (CREAS), Rede de Serviços Socioassistenciais, Saúde, Educação, entre outros equipamentos sociais.

A Santa Clara também mantém um suporte, em um período de três a seis meses, para que as mulheres prossigam na proposta que fizeram para suas vidas. As visitas domiciliares começam semanais, depois passam a quinzenais e vão se espaçando até que se colocam à disposição para contato se houver necessidade. "Quando elas são usuárias de substâncias químicas, em processo de desintoxicação e têm uma recaída, ligam para cá, às vezes até de madrugada e nossos técnicos conversam com elas por horas, até que o que chamamos de 'fissura' passe", relata Maria José Borelli Mamprin, assistente social e coordenadora geral da Cáritas e também atuante na Casa de Apoio.

As festas de aniversário são ocasiões para reunir também as ex-moradoras da Casa. "Para muitas delas nos tornamos a família que não têm. Elas gostam de trazer os filhos e vir nos contar dos progressos que conquistaram", comemora a presidente da instituição, Terezinha Yassuko Ikeda Shibuta.

Saiba mais: https://www.caritascampinassp.org/programas




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