O casal de gaúchos Marcelo Ferreira e Eve Borba Ferreira tinham o costume de comemorar o aniversário (mensal) do seu casamento em um restaurante. Só mesmo um casal apaixonado para celebrar, todo mês, sua união, com um jantar delicioso.
Mas, esse jantar não saía por menos de R$ 300, R$ 200. Se você parar para pensar, é um dinheiro que dá para alimentar muitas pessoas que não fazem sequer uma refeição por dia. Façamos as contas: se uma quentinha custa R$ 10, com esse dinheiro, é possível matar a fome de 30, 20 moradores em situação de rua.
Foi o que o casal decidiu fazer e não demorou muito tempo para que amigos e familiares, sensibilizados pela sua solidariedade com quem mais precisava, apoiassem a iniciativa. Desde que seus planos mudaram, Marcelo e Eve saem às noites de sábado para levar doações à população de rua de Porto Alegre. Além de uma janta quentinha, no carro, vão agasalhos, cobertores e o que mais eles puderem levar.
Mas, a gente sabe que barriga cheia nem sempre é sinônimo de felicidade. Isto é, essas pessoas, mais do que alimento, NECESSITAM de alguém com quem possam desabafar sobre seus problemas ou jogar conversa fora, como qualquer outra pessoa - pois, sim, estamos falando de pessoas, e devemos tratá-las como tal.
Marcelo e Eve conhecem como poucos essa necessidade, que só descobrimos no corpo a corpo, nos aproximando dessas pessoas sem pré-conceitos e com o coração aberto. Além da janta e da sobremesa, eles distribuem abraços e muito carinho. Também se dispõem a escutar as angústias e problemas de quem quer desabafar.
"Muita gente pergunta se não temos medo, pois vai sempre só nós dois para as doações. A única coisa que respondo é que não posso ter medo do meu semelhante que estão nesse momento precisando de alimento, carinho e um agasalho", disse Marcelo ao Razões para Acreditar.
No mês passado, o casal abraçou a ideia da filha mais velha, de 10 anos. Além de ajudar a população de rua, eles começaram a ajudar um orfanato, com alimentos, roupas e brinquedos. "É gratificante e o mais legal disso tudo é conseguir levar nossas filhas nessas ações sociais. Estamos plantando a sementinha do bem nas pequenas pra que elas sigam esse nosso trabalho!"
Demais essa família, não é mesmo?