Descobri que um dia sem Deus na alma, é um dia a menos sem procura, sem busca,
sem respostas. É um dia a menos sem evolução espiritual e cura para tudo aquilo
que necessito.
É andar no vazio e ao mesmo tempo sentir o chão cheio de desníveis, tentando
encontrar o eixo que falta para os dias poderem ser mais sustentáveis, assim
como o que a vida quer de mim.
É um dia a menos para aprender a conviver melhor com os problemas e tentar
resolvê-los sem que o coração se acabe em ansiedade, tristeza e algum vazio.
Que buscar a fé na prece é necessário para o desenvolvimento íntimo e que, a
cada acalentar do novo dia, existe uma nova chance diante da vibração que se
torna perceptível ao olhar, ao coração a sensação de proteção que vem e acolhe
o ser.
Descobri que tudo se resolve de algum jeito ou de outro, que é preciso ir
libertando a vida das coisas que fizeram mal, que olhar para trás e sentir que
passou é melhor do que tentar resgatar coisas que não servem mais.
Descobri que abraçar alguém importante é como receber um passe de amor e
carinho, é como sentir que os dias são bons, porque tenho em quem confiar,
porque tenho em quem me apoiar quando preciso.
Descobri que perguntas vem e vão que o coração segue na cadência dos dias e que
cuidar-se não é crime, que dizer não, não mata e que se fortalecer é acreditar
mais em si mesmo. É alicerçar sonhos, plantar coragem, e sentir que sorrir é
algo que deveria ser um mantra,dito ao pé da própria alma, feito feixes de luz
que adentram a janela do tempo, sem pedir licença.
Descobri que todas as intuições que chegam são sopros divinos e que se hoje a
porta se fechou, amanhã é dia de tocar em frente e descobrir em qual área da
vida posso me dar melhor, e qual sentimento é preciso para poder reagir e me
reconstruir.
Descobri que não posso descontar todos os meus problemas em quem não merece,
que não posso sair aleatoriamente escolhendo o que vem à frente. Que preciso ir
com mais calma, com menos culpa, com mais confiança e menos exageros.
Que minha essência é única, que minha casa é meu altar sagrado, que meu
desarrumado me pertence.
Descobri, ao olhar para o céu, que ele é infinito e que aqui dentro onde
alimento meus sonhos, minhas querências e meus desejos existem também uma
enorme profundidade que me questiona, mas que ao mesmo tempo me eleva e me
torna alguém passível de viver e viver com mais sintonia, mais afabilidade,
mais generosidade e mais entrega, dentro daquilo que é para ser.
Se o mundo diz não, eu digo sim a mim, e vou completando meus ciclos sem odiar
ninguém.
Paz ainda é a melhor coisa para sentir depois de qualquer desavença interna.
Nela reside tudo que eu busco pra seguir.
Por isso entrego a Ele minhas preces, meu agradecimento e a forma de me ensinar
a colher melhor a própria existência por vezes cansada, mas abençoada e
aquecida pela luz divina.
O plano é ficar bem. Descobri que tem que ser assim.