Sempre que alguém me pergunta sobre Deus, me vem uma única imagem a cabeça. Um senhor grisalho, de olhar penetrante e vestes largas, expressão serena e sorriso fácil. Lá está Ele, mexendo as peças do seu grande tabuleiro dourado. É, dessa forma, que vai orquestrando a vida. Manuseia as peças com a sua sabedoria absoluta, planejando os movimentos futuros, escolhendo aquelas que devem se aproximar e as que já não podem mais andar tão próximas. Decide quem deve avançar e os que precisam retroceder. É, também, quem escolhe as peças que devem sair do tabuleiro ou as que merecem uma nova chance de jogar. Com justiça, seleciona os seus reis e os seus cavalos, os peões e a forma de cada um se movimentar. É um jogo complexo que, somente Ele, que vê tudo lá de cima, consegue entender toda a lógica. Nós, aqui embaixo, muitas vezes, não compreendemos a jogada. É que os bons jogadores têm mesmo essa capacidade, de perceber tudo muito antes dos demais. Algumas rodadas depois acabamos por entender o porquê de todo o processo. Tenho aprendido a não mais questionar. Aceito minha função e posição no jogo, pois sei que Ele sabe o que é melhor para mim. Sou extremamente grato por me dar a chance de jogar. É tanta bênção recebida que não ouso reclamar de nada. Que belo tabuleiro o Senhor nos preparou. Eis me aqui e confio em ti, ó Senhor. O meu destino está em suas mãos. Sou o seu bispo e confio na sua jogada. Com fé e coragem não há inimigo que resista. Xeque Mate.