Em uma outra publicação da citada diretora ela elenca as inúmeras reformas por que passa aquela escola que neste ano completa 50 anos de existência.
Duas notícias alvissareiras e que nos deixa por demais feliz. Sou ex-aluno daquela Escola, onde estive em suas salas de aulas de 1977 a 1985, fazendo todo o Fundamental e mais o antigo Segundo Grau, hoje, Ensino Médio.
Os tempos eram bem diferentes dos atuais, meus cadernos até hoje não sei como minhas irmãs costuravam as folhas de relatórios que conseguia nas agências bancárias através de um amigo da família, ou recuperavam os cadernos usados dos anos anteriores.
Livros didáticos eram comprados e poucos naquela época podiam adquiri-los, eu tive a felicidade de comprar quase sempre de segunda mão, mediante as amizades que mamãe tinha com pessoas que lhe ajudavam nesta busca.
Uma das minhas maiores alegrias de estudante foi após um BINGO de 10 carros que teve no Estádio de Futebol, onde consegui ao final dele coletar mais de duas dezenas de canetas de todas as cores, até uma daquelas que era sonho de consumo que tinha quatro cores, ou seriam três? Confesso que a distância quase apagou essa memória. Após dar diversas vezes as explicações de onde tinha tirado aquelas canetas, as minhas irmãs me deixaram ficar com elas. Ou alegria.
Em tempo, outra caneta inesquecível foi uma que minha irmã mais velha trouxe de presente de Fortaleza que a mãe do Marcos Vieira (a saudosa Mariinha) mandou para mim, tinha o Pato Donald espetado na ponta.
Eram anos duros e difíceis, a Diretora Maria Stela Moreira de Souza, a querida Stelinha quando ia a Fortaleza exagerava nos presentes, eram labirinto, doces de diversos sabores, peixes, camarões, etc, etc, etc para tentar sensibilizar algum coração e trazer algum benefício para a nossa querida Escola.
Ali, parecia a antiga canção Utopia do Padre Zezinho: "Faltava tudo, mas a gente não ligava, o importante não faltava..."
Éramos felizes a nossa maneira.
Quadra esportiva não havia. Era um velho campo de terra, onde fazíamos Educação Física e jogávamos nossas boas e inesquecíveis peladas.
Computadores? Nem sabíamos que existia, se é que existia.
Nossas provas cheiravam a álcool e eram de um cor parecida com o azul.
A lembrança mais bonita ou talvez a mais gostosa era a saborosa merenda escolar, cuja, eram feitas por mãos angelicais de Dona Zilmar, Dona Júlia, Dona Raimunda, Dona Filomena, Dona Zilda. Devo muito a estas outras espécies de mãe, não sei se a regra valia para todos os alunos, sei que para mim as repetições nunca foram negadas e eram frequentes, a sopa preta de feijão ainda passeia em minha lembranças do paladar.
Os tempos são outros, a nossa querida Escola Beni Carvalho está cada dia mais linda. Os alunos tem Laboratórios de Informática, Química, Física, Biologia, uma Biblioteca que faz os nossos olhos brilharem ao adentrar, de tantas obras literárias de imenso valor. Todos recebem livros didáticos novinhos.
Um dia desses eu fui a Escola dar uma palestra sobre SUPERAÇÃO e tive de conter a emoção ao ver TRADUTORES da linguagem de sinais para os alunos especiais, quem podia imaginar isso a 40 anos atras?
Enfim, a postagem da bondosa diretora abriu o baú de memórias, é impossível de não reviver belos momentos ali vividos, tive a felicidade de ser aluno e retornar como professor.
Hoje, estou distante, o tempo andou brincando com a gente, passou apressado, quase nunca ali retorno, porém, é certo que a nossa Escola BENI CARVALHO nunca saiu de meu coração e ouso afirmar, nunca saiu do coração de nenhum daqueles que a muitas décadas atrás ali se deixaram tocar pelo amor dos nossos educadores e deixaram gravados naquele pedacinho de chão o mais belo agradecimento.
Que os alunos de agora saibam aproveitar o material que irão receber, as melhorias feitas (e muitas) na Escola e principalmente as aulas de um corpo docente qualificado e dedicado em formar homens e mulheres para uma sociedade que a cada dia reclama melhores humanos.
Vida longa a Escola Beni Carvalho!
Parabéns pela conquista!
"Qualquer dia desses a gente vai se encontrar!"