uita gente ama animais, e acha que para conviver com eles precisa comprá-los, mas a realidade não é essa, a adoção é a melhor escolha, e um projeto cuida exatamente desta etapa.
O projeto Enquanto Houver Chance foi criado com o objetivo de resgatar animais que sofrem com o descaso, maus tratos, negligência e abandono, proporcionando assim a chance de uma nova vida.
O principal foco é a conscientização sobre a posse responsável e bem estar animal e todos os animais são tratados, vacinados, castrados e encaminhados para adoção.
Eles também buscam parcerias para oficinas e palestras de conscientização, e pretendem realizar mais CED (captura, esterilização e devolução), um método eficaz de controle de colônias de gatos/matilhas. O processo envolve a captura dos gatos e cães, a sua esterilização, a recuperação após a cirurgia e, por fim, a devolução do animal de volta ao seu território de origem. A técnica já é utilizada em vários países desenvolvidos.
"Gatos nessas condições não vivem bem em contato com humanos e ficar trancado em gaiolas é tão estressante pra eles que alguns vão até a óbito. São animais que capturamos apenas pra castrar, e depois são devolvidos. Aí é feita uma marcação na orelha, porque como são animais ariscos, de longe você consegue identificar que é castrado", explica Juliana Santana, fundadora do projeto, com exclusividade para o Razões.
Juliana conta que o projeto também procura tentar esclarecer que somente criadores que estudam muito bem o animal e sua genética podem cruzar raças.
Pessoas comuns que cruzam seus animais não fazem ideia que além das características daquela raça, estão perpetuando também as doenças.
Por exemplo, pugs têm problemas respiratórios e não conseguem acasalar sozinhos, apenas por inseminação artificial.
"As pessoas cruzaram tanto os bichos querendo características perfeitas, que o animal não consegue nem efetuar a monta na fêmea. Isso não pode ser normal na natureza, né? A gente só quer que os criadouros sejam responsáveis pela venda de animais, vacinados e castrados", explica.
O principal objetivo do projeto é conscientizar as pessoas sobre a compra de animais.
"Enquanto tiver gente vendendo animais no Mercado Livre e pela OLX, vamos continuar vendo crimes."
"Já vi pessoas que cortaram a sangue frio a genital de um macho pra vender como fêmea, já que a fêmea é mais cara. Também tinha um pet shop que FINALMENTE fechou esse ano, tamanho o número de processos pela venda de labradores com histórico de displasia coxo-femural, ou seja: os animais paravam de andar já aos 6 meses e os custos de uma cirurgia / tratamento ortopédico são exorbitantes. Isso é um crime. Aí a pessoa compra, não é o que ela quer, e o que acontece? Ela abandona. Ou joga no lixo, como muitos que já peguei", conta.
"Por isso que a gente é tão contra o comércio. E vamos combinar? O que um animal de raça tem que um vira-latas não pode te dar, exceto a beleza padrão que todos os outros têm? Vira-latas são únicos. Inteligentes, resistente. Um animal adotado - independente da raça - fica muito grato quando ele ganha uma casa", completa.
Juliana também contou a história de Nadine, uma cachorra que adotou. Ela morava no abrigo e foi adotada e devolvida duas vezes por outras pessoas. Depois disso, Juliana decidiu ficar com ela.
"Nos primeiros meses ela pegava a ração do pote e guardava na casinha, tamanho o medo de não ter o que comer depois", explica.
"Hoje ela olha pra mim como se eu fosse a coisa mais importante da vida dela. E eu nem sou. Só olhei pra ela como ela merecia", completa.
- Apadrinhando o projeto com doações mensais de qualquer valor (as maiores despesas são as veterinárias, que contam com medicações e exames);
- Dando Lar Temporário (quando um animal precisa de ajuda, nem sempre temos onde colocá-lo depois. Muitos ficam sem resgate porque não temos onde abrigá-lo posteriormente);
- Doando medicamentos, ração, areia para gatos, material de limpeza e higiene, caminhas, cobertores, toalhas velhas;
- Compartilhando as postagens no Facebook e marcando amigos.