Em um mundo que parece cada dia mais estranho, maluco e diferente, onde o que é errado parece certo e o que é certo muitos presumem ser errado, os dias passam apressados e quando damos conta já se passaram dois anos.
Anos que o país tornou-se convulsionado, anos que os direitos de grande parte da população foram destruídos, onde o que existe de mais ordinário nas instituições ascenderam ao poder e minaram, ou tentam minar as bases populares.
É amigo, como diz a canção: "A coisa aqui ta preta, muita mutreta pra levar a situação."
Que da Pátria Espiritual, com a sua capacidade de lutar em prol dos menos favorecidos, seja, com as bênçãos de DEUS uma luz a nós que ainda jornadeamos neste nunca tão real e sentido, Vale de Lágrimas.
Abaixo um texto que brotou de mim, há exatos dois anos, quando da grande viagem desse amigo e irmão ao seu local de origem e que um dia todos retornaremos.
"Se decidimos
que a vida se resume entre o nascimento e a morte e esta detém a última
palavra, então a morte ganha um sentido, diria, trágico, porque com ela tudo
termina no pó cósmico. Mas se interpretarmos a morte como uma invenção da vida,
como parte da vida, então não a morte mas a vida constitui a grande
interrogação", escreve Leonardo Boff, teólogo, filósofo e escritor.
Segundo ele, "a vida não é nem temporal, nem
material, nem espiritual. A vida é simplesmente eterna. Ela se aninha em nós e,
passado certo lapso temporal, ela segue seu curso pela eternidade afora. Nós
não acabamos na morte. Transformamo-nos pela morte, pois ela representa a porta
de ingresso ao mundo que não conhece a morte, onde não há o tempo mas só a
eternidade".
E eis que de repente... algumas letras na tela de um computador e a
notícia:
Carlão Morreu!
Segundos de surpresa... (nunca estamos preparado)... E, pausa de silêncio
e reflexão.
Um vídeo-tape passa em segundos pela nossa mente... Muito da história
daquele que nos antecede no Plano Espiritual...
Uma melodia antiga vem a cabeça...
"Quem conheceu um amigo jamais morrerá
Pois os amigos são um pedaço do céu
É como ser uma flor no quintal
Desapegada do chão floresceu
Quem conheceu um amigo descobriu o seu Deus
Quem aceitou um amigo para caminhar
Sente que não vai cair no espinho da flor
É como ter descoberto o amor, ter encontrado um conforto maior.
Sentir o carinho de alguém na hora da dor..."
Carlão, bravo guerreiro da Terra dos Bons Ventos, sempre disposto a
servir aos seus conterrâneos e sempre pronto para travar o Bom Combate.
Homens como Carlão, não morrem... ficam perpetuados na história... ficam
encantados nas lembranças e memórias de um povo.
Como outrora o poeta escreveu:
"Tem que morrer pra germinar
Plantar nalgum lugar
Ressuscitar no chão
Nossa semeadura..."
E assim, com a crença dos que acreditam em outras experiências e
existências entrego ao DEUS da VIDA este amigo querido, na certeza de que
subirá o som no Mundo Maior, pois um outro violonista e cantor do povo está
chegando...
Valeu CARLÃO!!!