O que você faria se, por engano, entregassem um aparelho de TV na sua casa que não é seu? O Rui Benedicto passou por isso e não quer ficar com o aparelho: "não me pertence".
Na quarta-feira desta semana (05/07), Rui, de 26 anos, e trabalha como promotor de vendas e mora na Favela do Muquiço, no Rio de Janeiro (RJ), recebeu em casa um produto a mais do que havia comprado.
Com o dinheiro que sacou do FGTS, ele comprou uma SmarTV e um rack no site da Magazine Luiza, mas no dia que entregaram ele não estava em casa e sua sogra recebeu os produtos, como ela não sabia o que havia sido comprado, não se atentou que entregaram duas TVs, Rui então mandou um e-mail para o a empresa, mas não recebeu retorno até a finalização dessa pauta.
Já que não recebeu retorno, resolveu fazer uma publicação no Facebook, para tentar localizar a verdadeira dona ou para que a Magazine Luiza tome conhecimento.
Foi então que seu irmão Diego, que é um seguidor do Razões para Acreditar, nos mandou isso que aconteceu com seu irmão e nos disse "taí mais uma razão".
Quando perguntamos ao Rui o que ele sentiu ao ver mais uma TV em sua casa, ele disse: "Fiquei assustado, fiquei meio abalado quando meu filho perguntou se essa [a TV] era pra colocar no quarto dele, tive que respirar fundo e falei que não, essa é da tia".
O menino em questão é o Miguel, que na verdade é seu enteado, que ele cria desde que tinha 2 anos e o trata como filho, Rui tem ainda mais um filho, o Ruizinho, de 5 anos, e é casado com a Carol.
Quando o filho perguntou se a TV era pra ele, Rui disse que foi o único momento em que ficou tentado a ficar com a TV: "Dia 29 do mês passado tinha sido aniversário dele eu não tinha conseguido dar um presente maneiro".
Enquanto conversava com o Rui, percebi que ele tem várias publicações no Facebook sobre budismo, perguntei então se ele era budista, e ele me disse que acredita e respeita todas as religiões.
Rui disse que se fosse há 10 que isso tivesse acontecido, ele já teria vendido, mas que mudou muito quando começou a abrir sua mente para religiões, tudo isso começou quando perdeu sua mãe faltando três dias para o Dia das Mães, no período ele estava muito abalado e um amigo lhe convidou para visitar um terreiro de Candomblé, "saí de lá bem melhor e abri minha mente e vi que a famosa 'macumba' não tinha nada de diabo como dizem", contou Rui de forma enfática.
Veja a publicação que ele fez:
Futuro na Comunidade do Muquiço
Na conversa, Rui disse que está estudando radialismo, para abrir uma rádio web e lançar um projeto de roda cultural dentro da comunidade, com atividades de hip hop, grafite, distribuição de livros, "o intuito do projeto é pra dar uma afirmação social aos jovens da comunidade, eu acredito que a maioria vai pra vida errada pelo fato de não ter o que fazer, quem não faz nada fica com a mente vazia e pessoas com mente vazias não tem ideias e acabam indo pelas ideias dos outros".
Perguntei a opinião dele sobre os jornais e TVs só mostrarem coisas ruins sobre as comunidades do Rio, ele me disse que "a única preocupação deles é vender e dar Ibope, enquanto nós mesmos não mudarmos nada vai mudar, só vai mudar quando nosso povo estiver lá dentro controlando nos jornais".
A gente sabe disso Rui, e ficamos extremamente honrados em poder ajudar de alguma forma em difundir histórias inspiradoras como a sua, fica aqui nosso pedido à Magazine Luiza, entrem em contato com o Rui, para que ele consiga devolver o aparelho, meu e-mail é vicente@razoesparaacreditar.com, caso precisem de informações dele.
"Deus sabe o que faz, não há coisa melhor que ter a mente aberta e paz interior, é muito bom".
É isso aí Rui, tamo junto!