(Foto: reprodução / Facebook )
Estamos falhando.
Não nos beijos apaixonados, nem nos abraços calorosos.
Estamos errando mesmo nas conversas de olhos nos olhos, e no corajoso pedido de desculpas.
Estamos vivendo uma guerra de egos com quem amamos - e impedindo até que outros possam chegar a nos amar.
E o amor se tornando cada vez mais escasso porque ninguém abaixa a guarda. Ninguém quer assumir a vulnerabilidade de precisar do outro.
E então, perdemos. Não só quem temos, mas a nós mesmos. No fracasso de estarmos sempre certos e sermos os eternos "senhores sabe tudo".
Perdemos as brigas que não devíamos ter começado porque esquecemos o perdão debaixo do tapete, junto com anos de histórias. Juntos com os dias mais felizes, com todas as coisas que compartilhamos juntos - e todas as que ainda tinham pra acontecer.
Colocamos lá no alto da nossa estante de fracassos bem lustrados, o troféu do orgulho.
Brilhante como ouro, mas sem nenhum valor. Completamente doente e vazio.
Assim seguimos a vida. Deixando pessoas nas lixeiras do caminho como objetos descartáveis que a gente pode trocar.
Sem tentar consertar.
Nem sequer admitir a falta.
Em tempos onde confundimos desapego com desamor, até breve vira adeus.
A distância passageira se torna uma viagem sem bilhete de volta.
E os desentendimentos de mensagem no whatsapp, se transformam em catástrofes sem sobreviventes.
A gente tem consumido tanto o discurso da partida,
que não podemos reclamar a falta de alguém que queira ficar.
Nos sentimos sempre tão sozinhos, mas nunca pensamos em todas as pessoas que abandonamos por motivos banais.
O amor tem seu lado feio, assim como todas as coisas reais da existência, mas ainda mais assombroso que ele, é perder alguém pra manter seu orgulho intacto.
Estamos falhando.
No perdão, na chegada e na honestidade em assumir que precisamos,
que amamos,
e que sentimos muito.