Esse acontecimento é motivo de muito orgulho para nós:
No dia 6 de junho, Barserikowi'i, o primeiro Centro de Medicina Indígena da Amazônia, abriu suas portas em Manaus.
Baseados no conhecimento do Bahsese (benzimento), e fazendo uso de plantas medicinais, diversos especialistas indígenas do Alto Rio Negro atenderão indígenas e não indígenas.
O projeto foi concebido por João Paulo Barreto, da etnia tukano, que é doutorando em Antropologia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
O atendimento será feito por Kumu Manoel Lima, da etnia tuyuka, Com 85 anos, ele é especialista em dores musculares e de cabeça, tratamento pós-parto e pós-cirúrgico. Conhecedor das plantas da floresta, saiu da aldeia onde mora, em Porto Colômbia, para se dedicar exclusivamente ao atendimento no Centro.
"Nós temos técnicas de tratamento, sobretudo, de duas formas: primeiro pelo Bahsese e pelas plantas medicinais. Bahsese é esse modelo que é acionado dentro de um elemento, pode ser água, tabaco, cigarro, urtiga, no qual o Kumu, ou benzedor, aciona os princípios curativos contidos nos vegetais. Quando ele faz isso, ele não está rezando, ele está evocando esses princípios para curar doenças. Por isso, ele tem que dominar o conhecimento de animais e vegetais", destacou Bareto.
O prédio onde funciona o Centro de Medicina Indígena foi cedido pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). Com decoração indígena, também será um espaço venda de artesanatos e cursos, com o apoio do Núcleo de Estudo da Amazônia Indígena da Ufam. Caso o doente não possua condições de ir até o Centro, poderá ser atendido à domicílio.
Cada consulta custará R$ 10 reais e o valor do tratamento completo dependerá da enfermidade do paciente.
O Centro de Medicina Indígena da Amazônia vai funcionar de 9h às 15h de segunda a sexta-feira, na rua Rua Bernardo Ramos, 97, no Centro de Manaus.
Telefones de contato: (92) 99271 - 7500 / 98249-5991
Fotos: Alberto Cesar Araujo-Amazonia Real