Caminharás, muitas vezes, no mundo, à
maneira de barco no oceano revolto, sob a ameaça de soçobro, a cada momento;
entretanto, pensa em Deus primeiro e encontrarás o equilíbrio que reina,
inviolável, no seio dos elementos.
Se a natureza parece descer à desordem, prenunciando
catástrofe, não permitas que a tua palavra se converta em agente da morte. Fala
em Deus primeiro.
Antes das destruições que hoje atribulam a Humanidade,
outras destruições ocorreram ontem, mas Deus plantou, em silêncio, novas
cidades e novos campos onde a ventania da transformação instalara o deserto.
Se os profetas da calamidade e da negação anunciarem o fim
do mundo, traçando quadros de aflição e terror, crê em Deus primeiro.
Recordando que ainda mesmo da cova pequenina, em que a semente minúscula é
sepultada, o Senhor faz nascer a graja do perfume e a beleza da cor, a
abastança da seiva e a alegria do pão.
Se a dor te constringe o peito, em forma de angústia ou
abandono, tristeza ou enfermidade, recorre a Deus primeiro.
Ele será teu refúgio na tempestade, companheiro na solidão,
esperança nas lágrimas, remédio no sofrimento.
Diante de toda provação e à frente dos próprios erros,
busca Deus primeiro.
Ele, que mantém as estrelas no Espaço e alimenta os vermes
no abismo, ser-nos-á sustento e consolo.
Nesse ou naquele problema, quanto nessa ou naquela
dificuldade, confia em Deus primeiro e sentirás que a nossa própria vida é uma
bênção de luz, para sempre guardada nos braços do Amor Eterno.