Algumas pessoas passam pela
vida totalmente cegas, não conseguem ver a beleza que há numa poesia, num
quadro, num livro, numa música, não viajam com a alma, não sonham com amor e
carinho, não mostram nenhum interesse pelo sentimento humano, não enxergam nem
dão valor aos que estão ao seu lado, seus olhos só alcançam a si mesmas, numa
atitude egoísta e individualista, materialista até... de somente TER e nunca
SER.
Essas pessoas precisam perder realmente para valorizar...que triste isso!
Quem passa pela vida procrastinando relacionamentos, sentimentos, emoções e
afetividade, nunca viveu e se não acordar a tempo...nunca viverá. Quem fere sua
criança interior, perde a inocência mágica da alegria desinteressada, a
curiosidade primária que nos leva a conhecer o belo na essência que se
manifesta através da mente e visão infantis...Quem perde sua essência infantil
perde sua espontaneidade. Vira máquina do ego materialista e egoísta!
Há tanta beleza no mundo...pequenas coisas tão sutis e de uma beleza
encantadora capazes de nos emocionar intensamente e muitos não conseguem
ver...os cegos não enxergam pessoas ao lado, simbolismos diários, chacoalhões
que os acordem, e nem tão pouco, a beleza magnifica da natureza...
Essas pessoas "cegas" nunca poderão dizer que estiveram vivas...
A vida está presente no sutil, nas boas emoções, na pureza do amor, na
inocência da criança e no HOJE, porque amanhã pode ser muito tarde para viver !
Como diz o sábio Rubem Alves:
Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem.
O ato de ver não é coisa natural.
Precisa ser aprendido.
Se os olhos estão na caixa de ferramentas,
eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática.
Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas
- e ajustamos a nossa ação.
O ver se subordina ao fazer.
Isso é necessário.
Mas é muito pobre.
Os olhos não gozam...
Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos,
eles se transformam em órgãos de prazer:
brincam com o que vêem,
olham pelo prazer de olhar,
querem fazer amor com o mundo.
Os olhos que moram na caixa de ferramentas
são os olhos dos adultos.
Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças.
Para ter olhos brincalhões,
é preciso ter as crianças por nossas mestras.