(Foto: Reprodução )
Viver não é difícil, mas a gente complica.
Queremos entender tudo, saber tudo, ter a ciência
e as ferramentas e construir um mundo que, na realidade,
está muito além de nós.
Cada dia que passa nos surpreendemos com os acontecimentos,
como se não fossem previsíveis e tentamos construir à nossa volta
a redoma que vai nos proteger e dar abrigo aos nossos.
O que acontece aos outros pode nos acontecer, como o ar que invade
cada narina dos animais e dos homens e os torna iguais,
mortais e dependentes de uma força Maior.
Essa realidade às vezes nos choca, como se não fôssemos,
cada um, o outro para um outro.
E ter consciência da vida, da sua fragilidade e beleza
não deveria nos intimidar.
Cada dia basta a si mesmo e se as dores de ontem continuam doendo
no peito, as possíveis alegrias do amanhã devem nos fazer olhar
para o momento presente e construir com ele o melhor
que podemos com as nossas mãos.
Precisamos viver agora como se o instante seguinte não fosse existir
e fazer de cada momento o mais precioso de todos.
Precisamos dar de nós com a consciência que o que fazemos ou
deixamos de fazer fica enraizado nos que prosseguem nosso caminho.
O amor, o ódio, a esperança e a desilusão são sementes que plantamos.
O sorriso é o sol que oferecemos e o abraço o calor que abriga
a vida. Cada instante temos escolhas, cientes ou inconscientes
e elas constroem o que somos ou deixamos de ser.
Quem observa o vento, nunca semeará. Mas aquele que estuda seu coração
e olha para o Alto, esse possuirá campos imensos e nada lhe será recusado. Deus ama ao que dá com alegria e oferece com alegria ao que ama.
Se tiver que deixar uma herança aqui na terra, que seja esta:
O bem que você fez sem contar e sem escolher.
Somos todos sim, construídos do mesmo barro, mas nosso coração
se modela cada dia, com cada lição, cada porta que abrimos,
cada mão que oferecemos.