Um professor brasileiro ganhou o Prêmio Gairdner, a mais importante premiação científica, em Toronto, no Canadá e ganhou passaporte de indicação para o Prêmio Nobel.
Cesar Victora, de 65 anos é da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e recebeu o prêmio esta semana, com outros 7 vencedores.
Os ganhadores desse título são considerados como potenciais candidatos à indicação para o Prêmio Nobel.
Victora recebeu o prêmio na categoria Saúde Global, por contribuir de forma positiva para a saúde de países em desenvolvimento.
O prêmio foi pelo conjunto de estudos dele sobre amamentação e nutrição materno-infantil.
Amamentação
O pesquisador brasileiro liderou uma pesquisa, iniciada na década de 1980, considerada um divisor de águas na área de alimentação infantil.
O trabalho foi o primeiro a mostrar que a amamentação exclusiva (sem oferta de águas ou chás para bebês) ajudava a reduzir a morte dos bebês no primeiro período da vida.
De acordo com estudo, o aleitamento exclusivo até seis meses reduzia em 14 vezes o risco de morte por diarreia e em 3,6 vezes o risco de morte infantil por doenças respiratórias.
A pesquisa, que mais tarde foi reaplicada em outros países, alterou totalmente a recomendação da alimentação infantil.
Mil dias
A Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a indicar que bebês nos primeiros meses de vida se alimentassem exclusivamente com leite materno.
Victora também liderou em 2006 um consórcio internacional que reuniu dados de 11 mil crianças, acompanhadas desde o nascimento até a vida adulta.
O trabalho mostrou a importância dos primeiros mil dias na vida da criança: desde o útero até o 2º ano de vida.
A partir da análise, pesquisadores criaram o conceito de "janela de oportunidades", indicando que as intervenções nessa fase são prioritárias.
Inteligência
O professor também liderou estudos que indicaram, pela primeira vez, que a amamentação não está apenas relacionada à redução de mortalidade, mas à inteligência.
De acordo com o trabalho, crianças amamentadas até 2 anos apresentam maiores níveis de inteligência, escolaridade e renda.
Com informações do Estadao