A sensibilidade do profissional pode fazer a diferença.
Um médico residente do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, cantou para uma menina, internada com uma doença rara e está emocionando as redes sociais. (vídeo abaixo)
Paulo Martins tem 27 anos. Ele teve a ideia de levar ao hospital um instrumento musical de cordas, o ukulele, e tentar minimizar a ociosidade da internação e as dificuldades do tratamento.
"Devemos sempre levar alívio para nossas crianças, essa é a premissa!", declarou o residente ao SóNotíciaBoa.
"Tentamos tirar o foco da doença, pois a música é um remédio para a alma".
Paulo - junto com os companheiros da oncologia - começou a tocar e a cantar de quarto em quarto as músicas que os pacientes pediam e percebeu que a pequena a Sophia acompanhava no corredor.
Sophia Romão Bueno, de um ano e quatro meses, está em tratamento contra uma doença rara - a Histiocitose de células de Langerhans.
A família, que é de São Carlos, trata a doença de Sophia no HC de Ribeirão desde junho de 2016. São consultas, sessões de transfusão de sangue e quimioterapia.
Alegria surpreendente
Este mês, quando o médico cantou para a menina, ela teve uma reação surpreendente.
O pai de Sophia, Julliano Luiz Bueno, avisou que a filha gostava de Marília Mendonça e, então, o médico começou a cantar "Eu Sei de Cor" e a menina dançou a música inteira no corredor do hospital.
Aí, veio outro sucesso, "Medo Bobo", da dupla Maiara e Maraísa.
"Toquei e ela dançou divinamente bem. Ao término, só alegria. Todo mundo feliz, leve. Aquilo se chamava paz", escreveu em seu perfil no Facebook.
Sucesso
Paulo Martins - que está no 2º ano de residência em pediatria e se forma em março de 2018 - postou o vídeo em sua página e já teve mais de 250 mil visualizações, 10 mil curtidas e mais de 100 mil compartilhamentos.
"Amar e se dedicar ao próximo têm de ser algo constante e rotineiro", escreveu Paulo no dia 14 de março.
Paulo cita que a repercussão positiva o fez lembrar de críticas que recebeu "por ter esse jeito" desde a época da graduação até mesmo na residência.
"Quando fiz pijamas cirúrgicos com temas infantis recebi críticas. Disseram que eu estava parecendo um palhaço no hospital, mas os comentários positivos são maiores e os que mais me motivam", afirmou.
"Quando a gente faz o que gosta, do jeito que gosta, dá certo. Nesta tarde, todos ganhamos. Na saudade intensa de casa e da minha família, nos braços dos pacientes e dos seus familiares, recebo todo afeto do mundo", escreveu.
Cura
De acordo com a mãe, os médicos dizem que há chances de cura para a doença, que se apresenta por meio de um distúrbio proliferativo de células inflamatórias pelo corpo e se manifesta principalmente em lesões ósseas e cutâneas.
"Pelo menos naquele momento da música que cantei para Sophia, esquecemos da doença. Uma das coisas que mais faz o corpo adoecer é o pensamento", disse o médico.
Assista: