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Mulher que vendia churros a 1 real se forma em direito

Publicada em 15/09/16 as 16:57h por Só Notícia Boa - 417 visualizações

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 (Foto: Raquel Morais/G1)

Uma guerreira, que vendeu churros durante 7 anos para pagar a faculdade e bancar a escola de dois filhos, comemorou uma de suas vitórias mais importantes.

Nesta terça-feira, 13, Maria Odete Silva, de 46 anos, se formou em direito.

A moradora de Brasilia trabalha 12 horas por dia na Rodoviária do Plano Piloto para garantir seu dinheiro, vendendo churros a 1 real.

Por vezes, funcionários da loja de calçados do irmão precisaram socorrê-la, e assumiram o negócio, enquanto ela corria para fazer provas.

Maria Odete estudava e fazia exercícios em um banco atrás do carrinho.

Os livros dela eram todos da biblioteca.

"Tive medo de não conseguir. Entre o sétimo e o oitavo semestre, eu quase desisti. Eu achava que não dava conta, porque as matérias estavam cada vez mais difíceis e eu pensava 'eu não vou dar conta, não vou dar conta'. Teve um semestre que fiquei todinho sem pagar, que tive dificuldade financeira", lembra.

"Minha professora me viu falando isso, entrou e disse: 'se você chegou até aqui, você consegue muito mais'. Ela dizia que seria uma honra entregar minha carteirinha da OAB e que ainda iríamos advogar juntas. Isso me incentivou ainda mais."

Infância difícil

Odete afirma que outra razão para insistir no curso foi a crença de que estudar liberta.

"Você aprende muito, você cresce muito, você aprende a ver as coisas de outro jeito, abre sua mente. Sempre pensei isso, mas não tinha oportunidade. Pelo cansaço, sabe. Aí um dia pus na minha mente e pensei: 'não, vou estudar agora'. Se eu não arranjasse esse agora logo, ele nunca viria. Fiz o EJA e pensei que era a minha hora de vencer."

A formatura

Esta semana, em meio a outros 80 formandos, Odete foi homenageada por um professor e ganhou um anel de formatura de uma amiga.

Na plateia durante a formatura, a família estava orgulhosa.

O TCC dela foi sobre as dificuldades do governo em lidar com invasões de áreas de proteção permanente, e atualmente refaz quatro matérias.

"Eu escolhi esse curso pela minha idade, já estava em uma idade avançada, e o campo de direito é amplo. Para trabalho, quero passar em concurso público. Penso em ser promotora de Justiça. Quero fiscalizar leis. Quero ser uma fiscal das leis. Quero ajudar um pouco as outras pessoas", explica.

"Ainda tenho o sonho de conquistar a OAB e ir para promotoria. Assim que Deus me permitir, [vou] estudar mais três anos e chegar à tão sonhada promotoria", diz.

Com informações do G1




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