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Quatro mulheres pescadoras do litoral cearense são as protagonistas da exposição Sereias, dos fotógrafos Fernanda Oliveira e Sérgio Carvalho. Em um ambiente dominado por homens, elas são resistência

Publicada em 12/07/16 as 10:39h por Jornal O POVO - 375 visualizações

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 (Foto: FERNANDA OLIVEIRA E SÉRGIO CARVALHO/DIVULGAÇÃO)

Márcia queria ter uma casa no mar, lugar que ela considera ser o mais seguro de todos. Nas águas da praia de Canoa Quebrada, em Aracati, ela mergulha, trabalha e se encontra. É pescadora, profissão historicamente dominada por homens, mas desbravada por um sem-número de mulheres, que não se deixam acuar pelo ambiente muitas vezes hostil com o feminino. Márcia é uma das diversas personagens que cruzaram os caminhos dos fotógrafos Fernanda Oliveira e Sérgio Carvalho nos últimos cinco anos. As andanças por praias do Ceará são parte do projeto Sereias, em que a dupla fez um trabalho de pesquisa e documentação sobre mulheres pescadoras.

 

Parte do resultado poderá ser conferido a partir das 16 horas de amanhã, 13, no Espaço Cultural Correios Fortaleza. Sereias traz uma exposição com 30 imagens sobre o universo feminino da pesca artesanal no Ceará, assinadas por Fernanda e Sérgio. Além disso, haverá um vídeo documental sobre o projeto, feito pelo cineasta Tibico Brasil e um making of por Mika Holanda. A curadoria é das pesquisadoras Angela Magalhães e Nadja Peregrin e a expografia é do designer e produtor cultural Ademar Assaoka. Os textos são da jornalista e editora de Fotografia do O POVO, Iana Soares, que serão publicados no livro Sereias, em agosto próximo.


O insight veio em 2011, durante o Paraty em Foco - evento de fotografia que ocorre na cidade homônima, no Rio de Janeiro. "Foi durante uma palestra sobre o livro Homens do mar. Eu me perguntei onde estavam as mulheres na pesca", conta Fernanda. De volta a Fortaleza, ela deu início à pesquisa, entrou em contato com o Instituto Terramar - para que pudesse ser a ponte entre ela e as mulheres do mar - e convidou Sérgio para ser seu parceiro no projeto. Assim nasceu Sereias. "Eu cresci em uma cultura de mar. Minha mãe acordava a gente para receber os peixes em Morro Branco. Existe uma historia pessoal que atravessa o lado artístico." O feminino percorre ainda outras pesquisas-fotografias de Fernanda, como Mulheres Líderes no Sertão Central do Ceará.

 

Protagonistas

São quatro as pescadoras que viraram o fio condutor da exposição. Além da Márcia Ribeiro, 40 anos, de Canoa Quebrada, há a Sidnéia Lusia da Silva. Aos 37 anos, ela mora em Redonda (Icapuí) e é a "gigante pequena-sereia", como define Sérgio. Tem também a Cleomar Ribeiro, mulher politizada, atuante no associativismo e que trabalha em conjunto com outras mulheres. É marisqueira, mas também pesca no mar, de arrastão. E a Maria Cabelão, 64 anos, de Fortaleza. Mora no Morro de Santa Terezinha, pescava na praia do Mucuripe, mas está aposentada da profissão. "É um elo de ligação com o passado, uma mulher de temperamento muito forte, mas muito, muito doce".


Para Sérgio, "a fotografia artística é, também, de denúncia. Pode ser um instrumento de mudança social e despertar para situações que precisam ter visibilidade", sintetiza, lembrando que em nosso imaginário o pescador é sempre homem. "Temos de quebrar paradigmas e mostrar mulheres envolvidas nesse meio de trabalho originalmente masculino."


A partir da pesquisa, das fotografias, das conversas e das andanças, Sérgio percebeu que nem todas as mulheres pescadoras têm a compreensão do contexto em que estão inseridas. "Mas as quatro mulheres que protagonizam o projeto veem isso. Essas mulheres, como personagens e referências, têm essas percepções como sujeitos de direito".


Resistência, portanto, é a palavra que define e que liga estas mulheres, fortalecidas de água, sol e sal.

 

SERVIÇO

Exposição Sereias

Quando: Abertura amanhã, 13, às 16 horas 

Onde: Espaço Cultural Correios Fortaleza (R. Senador Alencar, 38 - Centro) Entrada franca.

Contato: 3255 7142


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