Além da leitura, o pai de Janiel, o trabalhador rural Jerônimo Vieira, também aprendeu matemática com o filho. "A divisão eu aprendi com ele. Não sabia nada e com ele eu aprendi muito", diz, orgulhoso.
Já a aposentada Claudina Cabral, avó de Janiel, teve o privilégio de receber aulas particulares.
Com livros emprestados e usando as paredes de placa como quadro negro, ela aprendeu a ler.
"Depois que ele começou a me dar aula, eu melhorei muito. Fico muito entretida com as aulas dele", conta.
Monitor
O estudante ainda concilia as aulas na comunidade com o cargo de monitor para alunos menores na escola.
Uma das atividades que ele mais gosta é o cantinho de leitura, onde mostra às crianças que é possível viajar mesmo sem sair de onde está.
"Ele ajuda a gente a aprender algumas palavras que a gente ainda não sabe. É uma coisa diferente, onde a gente nunca foi e pode ir ao mundo da leitura", diz Adriele Cabral, de 8 anos.
Professor de Janiel, Renato Prado não mede elogios ao falar do garoto e conta que vai tentar ajudá-lo em seu maior desejo.
"Ele tem o sonho de fazer pedagogia e voltar para Cabeceira Alta como professor. Nós vamos abrir todas as portas e incentivá-lo sempre que possível", diz.