(Foto: Reprodução / Facebook)
Veja que orgulho!
Uma brasileira, de 18 anos passou em 5 universidades dos Estados Unidos.
O mais interessante é que a baiana Débora Queiroz estudou a vida toda em colégio público!
"Não, não sou superdotada nem nada parecido. Só me esforço!", escreveu Débora ao SouMaisEu, do UOL.
A jovem estudou no Colégio da Polícia Militar da Bahia.
Conhecer os EUA era o sonho de Débora. Esforçada, ela conta: "Aprendi inglês lendo um dicionário e vendo filmes".
"Fazer um curso [de inglês] estava fora de cogitação - morávamos de aluguel num bairro pobre de Salvador (é assim até hoje) e o salário de servidor público de papai tinha que sustentar ele, mamãe, eu e meu irmão.
Programa Jovens Embaixadores
Em 2012 ela se inscreveu no programa social Jovens Embaixadores, promovido pelo governo americano.
Ele leva jovens de baixa renda para passar três semanas nos Estados Unidos. "Sem pagar absolutamente nada, você fica duas semanas morando com uma família americana e uma terceira semana num centro estudantil, tendo aulas e trocando experiência com estudantes do mundo todo. É demais!", comemorou.
Dedicação
Eu sabia que para ser aceita por estas universidades não bastava ter notas acima da média - sempre estive entre as 10 melhores alunas do Colégio da Polícia Militar da Bahia, onde estudei dos 8 aos 18 anos.
Tratei, então, de me dedicar integralmente aos estudos em 2014. Acordava às 5h da matina para o colégio.
Na volta, lá pelas 13h, almoçava e passava mais 6h estudando o conteúdo do dia e adiantando o assunto da próxima aula. Também toquei trabalhos voluntários no colégio e preenchi as partes burocráticas para tentar entrar nas oito universidades americanas às quais me candidatei, sempre em cursos de educação, política internacional e ações sociais.
Outra batalha: dinheiro
Em janeiro deste ano Débora a primeira carta-convite.
"Chorei tanto! Eu poderia, enfim, estudar fora. Mas bastou tirar o lacre do envelope para perceber que meu sonho não estava assim tão perto de se concretizar. A primeira universidade me ofereceu bolsa de 40%. É muito pouco. Afinal, um ano letivo custa 45 mil dólares (cerca de R$ 140 mil). Impossível eu dar conta de pagar!".
As outras cartas de aprovação foram chegando, todas com 40% de desconto.
"Entrei em desespero! Até que a última carta - da universidade que eu mais quero, a Mount Holyoke - me ofereceu 80% de desconto! Terei que pagar "apenas" 12 mil dólares (cerca de R$ 40 mil) por ano. Ainda é muito dinheiro pra quem ganha R$ 800 mensais como instrutora de inglês".
CampanhaPara bancar levantar os R$ 40 mil que precisa para estudar a jovem lançou
uma campanha on-line no site
: www.benfeitoria.com/deboranoseua.
Uma é para juntar R$ 20 mil e quitar o primeiro semestre, garantindo minha vaga. "Depois, precisarei de mais R$ 20 mil para bancar o segundo. Se conseguir, terei um ano de estudos pago. Assim posso me candidatar a bolsas dadas por empresas americanas - prática comum por lá - para pagar os próximos três anos".
Doações
"Já consegui R$ 4 mil na campanha. Faltam R$ 16 mil. As doações são a partir de R$ 15 e podem ser feitas até 11 de julho. Tenho fé que vou conseguir. Assim, aprenderei a usar a educação para transformar a realidade das escolas públicas do Brasil e ajudar jovens pobres a terem um futuro promissor", conta.