Recombinação de DNA
Nos hospitais brasileiros, quando bebês estão na maternidade recebem a vacina BCG (Bacilo de Calmette e Guérin), um imunizante feito com uma bactéria que não causa danos ao organismo e protege contra a tuberculose.
Foi com base na BCG que os pesquisadores iniciaram o estudo em roedores.
“Usamos biologia sintética, que é, basicamente, uma espécie de engenharia na biologia”, contou André Báfica, professor do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da UFSC.
O processo envolve misturar pedaços do coronavírus inseridos no DNA da bactéria da BCG.
“Você vai lá no DNA da bactéria e coloca um pedaço de DNA que codifica antígenos do coronavírus”, explicou o pesquisador.
Esses pedaços do corona são duas proteínas específicas, a S e a N. Essas proteínas são encontradas em todas as variantes do vírus, o que faz os pesquisadores acreditarem que a vacina possa valer para todas elas.
Inovação na saúde
A vacina brasileira que pode imunizar contra Covid e tuberculose é uma grande promessa no campo da inovação médica.
“Este é um trabalho pioneiro que demonstra que um protótipo vacinal poderia ter ação contra a tuberculose e covid. mas para chegar a esta fase ainda é preciso um longo caminho”, explicou André.
As duas doenças são perigosas, e ter um imunizante que possa combater os dois males ao mesmo tempo, seria um avanço para a sociedade.
“Nós estamos mostrando inovação, que é um protótipo vacinal à base da BCG, que se mostrou altamente efetiva contra a covid-19 em um modelo animal”, disse o pesquisador.
Os pesquisadores das universidades brasileiras que desenvolveram a vacina agora querem avançar para os testes em humanos.
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Investimento
O investimento na pesquisa é grande e os pesquisadores receberam R$ 1,7 milhão do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
O governo de Santa Catarina também disponibilizou, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), duas bolsas de pós-doutorado.
Ao todo, são seis instituições de pesquisa que estão empenhadas no projeto: as nacionais são Universidade Federal de Minas Gerais, a Universidade Federal de Santa Catarina e Universidade Federal do Rio de Janeiro, além do Instituto Butantan.
As estrangeiras são Universidade de Cambridge (Reino Unido) e Instituto Karolinska (Suécia).
No Brasil, a Covid-19 atingiu 37,5 milhões de pessoas, enquanto 70 mil novos casos de tuberculose são registrados por ano no país, segundo o Ministério da Saúde.
Com informações de UFSC.