Ao encontrar 3 iPhones novos e ainda lacrados na Rodoferroviária de Curitiba (PR), Fredson Pereira de Oliveira, de 21 anos, não pensou duas vezes: foi até um posto da Guarda Municipal e entregou os aparelhos.
O rapaz, que vive em situação de rua, estava passando pela entrada da rodoferroviária na última quinta-feira (16) quando viu uma sacola no chão, sem ninguém por perto.
Ao se aproximar, percebeu que dentro dela havia um pacote com 2 iPhone X e um iPhone 11, que somados valem cerca de R$ 10 mil.
Foi aí que ele procurou a Guarda Municipal de Curitiba (PR) para entregar os itens.
Quem recebeu Fredson foram os guardas municipais Alexandre Albuquerque e Kleyton, que estavam fazendo uma ronda na região.
“Ele comentou que encontrou os celulares na Rodoferroviária, estava perambulando e não sabia se entregava nos Correios, onde ele teria de deixar, porque queria achar os donos. Notamos que era um cidadão em situação de rua, até puxamos a ficha dele para ver se tinha alguma situação com a Justiça, mas estava tudo certo”, disse Alexandre.
Após confirmarem que os iPhones não tinham registro de furto, nem de roubo, os guardas descobriram que, horas antes, alguém havia perdido os celulares.
Fredson os entregou no setor de Achados e Perdidos da Guarda Municipal e pouco depois o dono foi identificado e os aparelhos, devolvidos.
“O que me chamou a atenção foi a honestidade dele. Porque os três celulares, somados, dariam tranquilamente uns R$ 10 mil vendendo no mercado ilegal e ele falou que queria fazer a coisa certa”, ressaltou Alexandre, exaltando a honestidade e senso de idoneidade do jovem.
Questionado sobre o que motivou sua atitude, ele disse: “Apenas segui os mandamentos de Deus. Muitas pessoas poderiam seguir os mandamentos de Deus, fazer o certo. Andar certo, porque Jesus é bom”.
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Natural de Itaberaba, município de 65 mil habitantes no interior baiano, o rapaz de 21 anos vive há cerca de 7 meses em Curitiba, quase todo o tempo em situação de rua.
“Tem alguns dias que eu consigo um dinheiro e daí vou para um hotel, mas não é sempre. Quem vive na rua é assim: se a gente consegue para hoje, amanhã já tem de voltar para rua para matar outro leão de novo”, disse.
Fredson passa a maior parte do tempo no entorno da Rodoferroviária, junto de outros moradores de rua. “Ali é um lugar tranquilo e o pessoal me recebeu bem.”
Com talento para a arte circense, o baiano sobrevive com trocados que ganha nos semáforos da capital curitibana, onde faz malabarismos e apresentações pirotécnicas ensaiadas.
Para o futuro, ele espera conseguir um emprego fixo, de modo que garanta estabilidade financeira suficiente para alugar uma casa.
“Eu queria trazer meu filho, que tem um ano e meio, e a minha esposa para cá, mas não vou trazer eles para viverem na rua, que é difícil, ainda mais que Curitiba é muito frio”, contou.
Honestidade é um princípio de valor infinito, e não há preço que se pague por ela!