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Com pedaço de isopor, mulher nada em enxurrada e salva 17 vítimas de enchente em Santa Luzia (MG)

Publicada em 17/01/22 as 10:52h por Razóes para Acreditar - Gabriel Pietro - 112 visualizações

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 (Foto: Arquivo Pessoal)

Uma dona de casa está sendo reconhecida como uma verdadeira heroína em Santa Luzia (MG) após salvar 17 vítimas de uma enxurrada que atingiu 2 metros de altura, inundando casas e fazendo da Rua Venceslau Brás um verdadeiro rio.

Dona Maria Geralda, 55 anos, pode ter apenas 1,54m de altura, mas não se apequenou diante do volume de água que engoliu partes da cidade com facilidade.

Corajosa, assumiu riscos para salvar adultos e crianças munida apenas de um pedaço de isopor que encontrou antes da enxurrada.

Com pedaço de isopor, mulher nada em enxurrada e salva 17 vítimas de enchente em Santa Luzia (MG)

"Eu não podia deixar essas pessoas morrerem. Corri risco, mas não podia deixá-las para trás”, contou. Apesar da força destrutiva da enchente, não houve registro de mortes em Santa Luzia. conta ao descrever que não teve medo de realizar o ato de bravura. Apesar do susto, não houve registro de mortes.

Infelizmente, Dona Maria viu a própria casa ser inundada pela cheia do Rio das Velhas no último fim de semana, não conseguindo sair um móvel sequer da lama.

Assim como os vizinhos, passou boa parte desta semana tentando limpar sua residência. Ainda que tenha perdido quase todos os seus bens materiais, a senhora avalia como maior ganho ter salvado vidas.

Agora, se pergunta como vai retomar a vida. “Eu não sei o que vou fazer. Só Deus”, disse, segurando o choro. “Porque ainda estou tirando muita coisa de dentro de casa e colocando para fora”, afirmou, incluindo aqui colchões, guarda-roupa, roupas e eletrodomésticos envoltos numa camada grossa de lama.

O imóvel em que mora é alugado, onde mora há 4 anos com as duas netas e um filho adulto. Enquanto a situação na cidade não se estabiliza, eles estão dormindo em um sítio  cedido como abrigo para os mais atingidos pela enchente.

Voluntários ajudam como podem

O pintor de paredes Antônio Bráulio Machado, 32 anos, o “Toninho”, mora no bairro São João Batista, em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Todo fim de ano, ele participa do grupo social “Natal Feliz”, que leva o Bom Velhinho para instituições de caridade na cidade.

Na última quarta-feira (12), logo pela manhã, Toninho e mais cinco amigos levaram café da manhã para moradores do bairro Pantanal, que foi fortemente atingido pela enchente do Rio das Velhas.

“As pessoas estão precisando de ajuda e é importante que mais pessoas venham aqui colaborar, doar alimentos porque há muitas pessoas necessitando”, afirmou.

Graças a uma campanha lançada nas redes sociais, Toninho já arrecadou o equivalente a 400 pães, 50 litros de suco, 15 litros de café, 24 caixas de leite e três cestas básicas para as vítimas da tragédia. “Ainda é muito pouco para suprimir a necessidade de todos os atingidos aqui”.

Já o pastor William Douglas, 29 anos, líder na Igreja Pentecostal Fiel e Yeshua mobilizou voluntários para a arrecadação de donativos nos bairros próximos ao rio.

A própria igreja do pastor, que fica na Avenida Inconfidentes também foi inundada. Após ser limpa pelos fiéis, o local virou ponto de apoio aos atingidos.

Foi William que conseguiu o sítio, cedido de bom grado por seu proprietário, para hospedar cerca de 60 pessoas desabrigadas.

A união faz a força, e quando o assunto é salvar vidas e prestar solidariedade, todas as diferenças ficam de lado. Essa é a visão (sensatíssima) do Babalorixá Willier de Xangô, fundador do Ylê Axé Pilão Odara.

“Juntos somos mais fortes, independente de crença, do credo. Temos todos que nos ajudar”, disse. O babalorixá ficou responsável por doar os mantimentos arrecadados na igreja liderada pelo pastor William.

Neste mesmo espírito solidário, o professor Diego Bueno, 39 anos, foi até o bairro Pantanal levar cestas básicas. Como coordenador do movimento “Fazer o Bem Santa Luzia”, ele recolheu 160 cestas básicas e distribuiu entre dezenas de famílias sem renda.

“Uma satisfação pessoal poder ajudar e é gratificante. Eu me sinto mais ajudado do que ajudando. Desde a pandemia, quando perdi a minha esposa, tenho feito esse tipo de ação voluntária – e isso tem me ajudado a seguir adiante, mesmo neste momento de tantas dificuldades, isso tem me movido desde então”, completou.




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